E se caíssem nossos céus?

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Fernando Porto
Centro Regional de Cultura de Rio Pardo - RS

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E se céu caísse? Pergunto, como o artista em questão, o que faríamos? Em que montanha cavernosa nos refugiaríamos, se notássemos, logo ao acordar, qualquer movimento estranho acima de nossas cabeças? Seguiríamos o mesmo caminho de todos os dias, escorrendo sobre as trincheiras que se fizeram com a erosão que nossos próprios pés escavaram, dia-a-dia. Subestimaríamos a natureza, então?

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Mas se aquilo tudo que vimos – o céu derramando lava entre as brechas das nuvens em dia nublado, vôos e revôos de borboletas sem cor definida, a miséria humana dormindo nas calçadas, pessoas sem nada, “sem títulos” – fosse apenas uma ilusão, uma criação do subconsciente que não respeitou o abrir da pupila e ultrapassou a barreira do sono tornando tudo que víamos acordados, definitivamente um sonho surreal.

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Os sonhos revelam coisas que nem mesmo sabemos quem somos, ou o que pensamos. Não seria mais revelador se descobríssemos o que o nosso, talvez, melhor raciocínio quis dizer? Voltar-se para dentro, como que de olhos fechados e interpretar nossos próprios desvarios, seria o melhor caminho, ou então, deixar tudo “sub(consciente)”?Pode ser, não sei...

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“E se o Céu Caisse?”, é uma provocação, não apenas uma pergunta. Os elementos usados por Joe Nunes são cotidianos, mas quem os vê é um humano. O que esse humano vê? Alguma coisa que não sabe bem definir? Talvez, por que não? As vezes a realidade, os sonhos não nos dão respostas concretas.

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. O artista plástico Joe Nunes, a meu ver, torna-se um desses caras que, Mario Quintana dedicou o pensamento: “Sonhar é acordar-se para dentro.”.

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